O deputado estadual Heitor Férrer (PDT) solicitou ontem, na Assembleia Legislativa, explicações sobre a viagem de férias que o governador Cid Gomes (PSB) fez aos Estados Unidos utilizando um jatinho do empresário Alexandre Grendene. Ele é dono da fábrica de calçados Grendene, que tem três filiais no Ceará, conta com incentivos fiscais estaduais e doou R$ 1,2 milhões para a campanha de Cid em 2010.
Heitor teve por base as informações noticiadas, em janeiro, pela revista Veja e o jornal O Globo, do Rio de Janeiro. “O deputado não pode ser omisso diante do que a imprensa aponta, nem pode dar como verdade absoluta. Por isso, a minha obrigação é cobrar as informações”, justificou.
Cid utilizou o jato de Alexandre Grendene em viagem de férias com a esposa, Maria Célia Habib Moura, aos Estados Unidos, entre 20 e 27 de janeiro. De lá, o governador seguiu para países europeus, a trabalho, mas as matérias da Veja e do O Globo não informam que aeronave foi utilizada nesse segundo trajeto.
Heitor Férrer citou a lei da improbidade administrativa (8.429/92) para questionar a viagem de Cid em jato emprestado pelo dono de uma empresa que conta com incentivos públicos.
O líder do Governo na Casa, deputado Antônio Carlos (PT), justificou que a viagem de Cid foi de ordem particular, em férias, não se utilizando de recursos públicos. “É recorrente essa tentativa da Veja de atingir a honra do governador”, disse o líder, lembrando que Cid já ameaçou processar a revista por supostas inverdades.
Já a assessoria de imprensa do governador informou que apenas Antônio Carlos se pronunciaria sobre o caso, já que o debate ocorreu no âmbito legislativo.
O requerimento de Heitor Férrer será votado amanhã pela Assembleia. Caso aprovado, a Casa pedirá explicações formais a Cid, que conta com o apoio da grande maioria dos deputados estaduais.
______________
Com certeza, o requerimento não será aprovado com exceção do Heitor, todos os demais parlamentares são da base do governo.
Ok, a viagem do Governador foi de férias, mas será que é ético, moral ou prudente aceitar uma viagem no Jato de empresário que tem vantagens aqui no Estado?