5 de junho de 2011

A vida é complexa e foi feita para ser vivida!


Pode até parecer banal e filosófico o título da nota, mas se pensarmos bem no dia a dia que levamos e no de algumas pessoas é fácil perceber que nem todos vivem!

Aprender a viver não tem tutorial e também não se faz curso intensivo! Portanto, sempre estamos aprendendo, uns aprendem com mais rapidez, outros com menos e outros não aprendem!

A leitura é uma das coisas mais brilhantes da vida, e faz aprender a viver ou pelo menos formar o cidadão para a vida! Nunca fui fã de ler livros, mas os que me conhecem sabem o quanto gosto de ler jornais! Aos “ratos de biblioteca” saibam sou admirador e espero um dia chegar perto de ler periodicamente vários livros.

Dos poucos livros que li, um que me chamou bastante atenção, tanto que li pela 2ª vez foi de uma personalidade! Vejam o que diz o parágrafo extraído do livro e tentem adivinhar de quem se trata:

“Olho para cima. Estou deitado no chão, ao lado da cama. Agora começo a lembrar das coisas. Saí da cama e me deitei no chão no meio da noite, como faço muitas vezes. É melhor para as minhas costas. Muitas horas seguidas sobre um colchão macio me deixam agoniado. Conto até três e aí começa o longo e difícil processo de tentar ficar em pé. Começo a tossir e a gemer, deito de lado, fico em posição fetal e acabo virando braços. Agora preciso esperar até que meu sangue volte a circular.”

Quem será esse que mal consegue se mexer? Que dorme no chão ao invés de dormir na cama de um hotel luxuoso. Será uma personalidade? Está mais para um ser sem condições financeiras que está a reclamar da vida devido às dificuldades.

Outro trecho revela de quem se trata a autobiografia:

“Meu nome é André Agassi. Sou casado com Stefanie Graf. Temos dois filhos, um menino e uma menina, de cinco e três anos de idade, respectivamente.”

Ou seja, um dos maiores tenistas do mundo não conseguia se locomover! E ele se entregou? Não. Apesar de vários deslizes na sua trajetória, sempre deu a volta por cima. Será que ele conseguiu por amar o tênis?
Agassi - Autobiografia

A seguir outro texto:

“Jogo tênis para viver, embora deteste esse esporte. Detesto o tênis com uma paixão secreta e sombria, e sempre detestei.”
Ele odiava o tênis mesmo! Quem teve a oportunidade de ler o livro ou então lerá em oportunidade futura, verá que desde seus primeiros anos seu pai já forçou a jogar tênis, seu berço já tinha raquetes, na época de colégio o pai mandou para o internato de tênis. E mesmo assim, ele não abandonou o tênis, fez do tênis a sua profissão e modo de sustentar a sua família.

Além de odiar tênis, Agassi tinha problema no corpo que inviabilizava ser um jogador de tênis, mesmo que no nível amador:

“Nasci com um problema chamado espondilolistese lombar, que significa que uma vértebra da parte inferior da coluna deslizou de sua posição original passando sobre as outras, por vontade própria, por pura rebeldia.
Agora acrescente duas hérnias de disco e um osso que não para de crescer e que esses nervos se sentem ainda mais claustrofóbicos. Quando eles reclamam do pouquíssimo espaço de que dispõem e começam a mandar mensagens de inquietação, um dor sobe e desce pelas minhas pernas, me impedindo de respirar e me fazendo falar coisa sem sentido.”

Esse cara é um mito! Como pode uma pessoa com problema na coluna vertebral e duas hérnias de disco jogar tênis no auge dos melhores do mundo? É superação, é amar a vida!

Passagem da autobiografia que mostra que Agassi aprendeu com a vida:

“Dores nas costas, golpes ruins, condições climáticas inadequadas, autossabotagem. Essa lembrança é um jeito de me preocupar, mas também uma meditação. Uma coisa que aprendi depois de 29 anos dentro das quadras: a vida vai atirar todo tipo de coisas no seu caminho, menos uma pia de cozinha. Mas aí atira a pia de cozinha. Cabe a você escapar dos obstáculos. Se deixar que eles o detenham ou distraiam, você não está fazendo bem o seu trabalho, e não fazer bem o seu trabalho resulta em remorsos que paralisam mais do que a dor nas costas.”

E para finalizar esse breve resumo da Autobiografia de Agassi, veja a leitura que ele fez do tênis e a vida:


“Pontos viram games, que viram sets, que viram campeonatos, e tudo é tão estreitamente ligado que cada ponto pode ser aquele de uma virada decisiva. Isso me faz pensar em como segundos podem parecer minutos, que podem parecer horas, e que cada hora pode ser o nosso melhor momento. Ou o pior. A escolha é nossa.”

A história de Agassi ensina aprender a viver! Não é qualquer problema que inviabilize o modo de viver. Os livros de autoajuda devem odiar quando Agassi diz que detestava tênis, pois segundo esses livros só se conseguirá o sucesso e a felicidade se tudo estiver igual ao que foi planejado e sonhado, o que é totalmente falso!

Agassi – Autobiografia (Open – An Autobiography). Editora Globo. Ano: 2010.

Agassi ganhou oito título de Grand Slam, o que faz um dos maiores tenistas da história!

Nenhum comentário:

Postar um comentário